quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Adoção - Um Ato de Amor -Ivete Lopes





















O que seria um ato de amor? Adotar uma criança é um ato de amor...
É realmente uma pena que nem todos os casais sem filhos ainda não estejam preparados para tal ato... Se eles soubessem o quanto uma criança preenche o vazio da alma, da casa, do silêncio e do coração, eles não pensariam duas vezes e com toda certeza adotariam uma criança necessitada de todo o afeto que eles têm para oferecer. Muitos pensam que não seriam capazes de ultrapassar a barreira da genética e se envolverem de corpo e alma com a criança adotada, mas isso não é verdade . Todos nós temos uma imensa capacidade de amar e se doar e é só se permitir a isso e o milagre do amor acontecerá. Outros pensam em todo o processo trabalhoso da adoção, de quanto ainda é difícil à adoção, todo aquele trâmite legal, realmente é chato e com certeza afasta muitos casais que pensam na hipótese de adoção. Se o processo legal fosse mais rápido, as pessoas adotariam mais e menos crianças ficariam abandonadas.Então por que tanta burocracia? Por que tanta demora? Não consigo entender... Pessoas na fila há anos e nada, acredito que os trabalhos são mal realizados, não existe um empenho real, é só verificar os números: ” Cerca de oito mil crianças e adolescentes estão aptas à adoção, segundo pesquisa do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea).
O cadastro nacional reunirá dados com perfis de crianças e possíveis pais adotivos. Documentos, entrevistas e avaliação psicológica fazem parte do passo a passo para quem pretende adotar uma criança ou adolescente no país. Segundo relatório do Ipea, 80 mil crianças e adolescentes vivem em abrigos no Brasil e 10% estão aptas para adoção. A maioria ainda está em fase de avaliação pela Justiça e pode voltar ao convívio com sua família de origem.”
Hoje podemos contar com o Cadastro Nacional de Adoção que é um sistema criado para possibilitar a uniformização das informações relativas à adoção no Brasil e a formação de um amplo diagnóstico, lançado no último dia 29 de abril, cujo órgão gestor é o Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Diante desses dados eu pergunto: Por que tanta demora, ainda tantos pais esperando por seus filhos ? Eles alegam as preferências dos pais, mas na verdade hoje em dia cada vez mais pais estão abrindo mão de suas preferências e mesmo assim a demora é muito grande.
Você roda por esse Brasil e podemos observar a miséria, crianças sendo abandonadas, jogadas literalmente no lixo, sendo mortas, morrendo de fome. E mesmo assim nada é feito para melhorar esse quadro de abandono de nossas crianças.
Sei lá... desculpem a minha ignorância , pelo que vou falar agora, mas acredito que deveria existir em cada hospital público um cadastro sigiloso, onde mães que não quisessem ou não tivessem condições de criar seus filhos pudessem se identificar e ali falarem de sua impossibilidade de criar a criança e quando a criança nascesse já seria encaminhada , claro se a mãe não mudasse de idéia, a um lar adotivo. Não é que seria a solução, mas acredito que era mais um passo, para minimizar o abandono infantil.O medo de críticas, de cobranças, ás vezes faz essas mães a largarem seus filhos em qualquer canto, ou mesmo deixarem em abrigos com o argumento que voltariam para pegar e nunca mais voltam, por isso falo desse cadastro, onde não houvesse cobranças e condenações.Mas tenho fé que com o tempo medidas novas serão tomadas, como por exemplo no caso dos homossexuais.
Até que enfim agora alguns juízes então dando o direito a homossexuais poderem adotar, afinal são pessoas dignas, com profissão e objetivos como outra qualquer e dispostas a dar amor e segurança a uma criança largada em alguma instituição. E tem mais, eles em sua maioria não escolhem cor e idade e na maioria das vezes adotam mais de uma criança. Mais de uma criança para ser Feliz!!
Vamos ser menos hipócritas, vamos deixar o preconceito de lado e vamos ser humanos, com atitudes de amor ao próximo, vamos esquecer as diferenças e olhar o outro com solidariedade.
Adotar não é um ato fácil, a maioria não está com o coração aberto para esse ato, mas é um direito de cada um e cada um ajuda da maneira e do jeito que pode e se você prefere ajudar com doações e serviços voluntários saiba que são muito bem- vindos. E na verdade cada um sabe sua limitação e é melhor realmente não pegar uma criança se for para não se entregar ou fazer diferença entre os filhos ou mesmo maltratar, então é certo que não queiram. Mas, aos que querem vamos nos empenhar para realizar seus sonhos, vamos trabalhar com vontade para diminuir a tristeza, solidão e carência das crianças.Com esforço acredito que sejamos capazes de criar um mundo mais justo.
Ás vezes passa na televisão, reportagens sobre adoção, eles falam e colocam a coisa de uma maneira tal que parece que é tudo muito fácil, sei que a intenção é fazer as pessoas se sensibilizarem e adotarem mais. Mas o fato é que apesar de alguns progressos, ainda é sim algo complicado e demorado. Apesar do cadastro nacional, que tinha como proposta principal, justamente agilizar o processo da adoção, não é o que ocorre, a impressão que temos é que os estados não se comunicam...Não é possível que um país tão grande ainda exista tanta criança para a adoção e tanta gente na fila de espera. É onde digo que novas medidas devem ser tomadas, medidas que possam abranger as mulheres ainda grávidas. Pesquisas, campanhas e muita informação, seriam bastante eficazes, para despertar a tenção das pessoas para a adoção, para a ajuda com doações.
É claro, que essa nova questão dos dois anos de idade foi certa, mas na prática isso ainda vai demorar muito, porque depois que a criança fizer dois anos, deve existir ainda toda uma rotina burocrática que com certeza levará tempo e a criança vai ficando na instituição e quando se percebe ela já estará com uns três anos. É dessa lentidão que falo, realmente é muito triste e decepcionante para quem fica na espera. São pessoas dispostas a amar e corações esperançosos por serem amados.
Isso só demonstra o quanto nosso país ainda é despreparado, o quanto somos insignificantes para todos que detêm o poder, se dispõe da vida das pessoas como objetos, com suas leis e estatutos que não funcionam , que não são eficazes. E aí ficamos desprotegidos, onde quem tem conhecimento, tudo acontece mais rápido. Como no caso recente da promotora que só por ser uma pessoa influente rapidamente a criança foi entregue a ela. Ainda se julga o livro pela capa. E deu no que deu !! E quem pagou o preço? A criança. Vergonhoso!!!
Bem, gostaria de dizer que apesar da dificuldade, quem tem o coração aberto para se doar, não desista. Pois esse é um ato não só de amor, mas um ato de humanidade, um ato de grandeza, de desprendimento, de doação e de infinita bondade. E por serem tão especiais vocês mereciam ser tratados como tal, pela grandeza do seu desejo. Eu só posso parabenizar pelo belo coração e atitude de amor ao próximo que você papai e mamãe em busca de seu filhinho têm e ficar na torcida por um país mais justo, afinal temos que ter esperança, temos que acreditar que um dia todas as pessoas serão tratadas com respeito e dignidade e nossas crianças serão felizes e todas terão direito a um lar , educação e um futuro.
Esse texto vai em homenagem a um casal muito querido que continuam na fila de espera e nada acontece...
Termino por aqui. Um beijo muito carinhoso. Ivete Lopes


Segue alguns dados :

Demora
Atualmente, no Brasil, um processo de adoção pode durar, em média, quatro anos. A maioria dos cadastros está restrita aos municípios ou, em poucos casos, a um banco de dados estadual. Com o cadastro, perfis de crianças e casais serão cadastrados e procurados em todo o sistema, o que vai facilitar na procura e encontro do perfil desejado.
O caminho da adoção
Segundo Benedito Rodrigues dos Santos, secretário-executivo do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), o processo de adoção não é padronizado no país. "No primeiro momento, os interessados procuram a Vara da Infância e da Juventude mais perto de casa. Em seguida, eles passam por uma entrevista. O terceiro passo é a apresentação dos documentos necessários". Santos disse ainda que depois de analisada a documentação, os interessados passam por uma nova entrevista. "Desta vez, um assistente social vai até a casa do adotante para conhecer melhor a rotina dele. Depois disso, é iniciado o processo de escolha da criança. Feito isso, se for o caso, é dada a guarda temporária da criança para o adotante. Esse é o período de experiência e de avaliação."De acordo com o secretário-executivo do Conanda, se o adotante for aprovado, é iniciado o processo na Justiça. "É quando o procedimento começa efetivamente. Tudo se encerra com a sentença do juiz aprovando ou não a adoção", disse Santos.
Números Brasil
8 mil crianças esperam por um lar adotivo58% dos brasileiros acreditam que a adoção é a melhor maneira de ajudar crianças e adolescentes que vivem em abrigos.42,3% optariam por ajudar crianças e adolescentes em abrigos por meio de auxílio financeiro.34,8% não estariam dispostos a ajudar.15,5% enfrentariam um processo para adotar uma criança

F.A.Q. - Perguntas e Respostas mais Freqüentes
Quem pode adotar?
. Adultos com mais de 21 anos, independentemente do estado civil (pode ser solteiro, casado, divorciado, ou viver em concubinato).. Qualquer pessoa que seja pelo menos 16 anos mais velha que a criança a quem pretende adotar.
Quem não pode adotar?
. Menores de 18 anos. Os avós ou irmãos da criança pretendida. Nesse caso, cabe um pedido de guarda ou tutela, que deverá ser ajuizado na Vara de Família da cidade onde residem. O tutor não pode adotar tutelado.
Casos especiais
. Justiça não prevê adoção por homossexuais. Neste caso, a autorização fica a critério do juiz responsável pelo processo.
Quem pode ser adotado?
. Crianças e adolescentes com até 18 anos a partir da data do pedido de adoção, órfãos de pais falecidos ou desconhecidos. . Crianças e adolescentes cujos pais tenham perdido o pátrio poder ou concordem com a adoção.. Maiores de 18 anos também podem ser adotados. De acordo com o novo Código Civil, a adoção depende de sentença de juiz. . Crianças e adolescentes com 16 anos a menos que o adotante.. Só podem ser colocados para adoção as crianças e adolescentes que já tiveram todos os recursos esgotados no sentido de mantê-los no convívio com a família de origem.
Documentação necessária
- RG e comprovante de residência;- Cópia autenticada da certidão de casamento ou nascimento;- Carteira de Identidade e CPF dos requerentes;- Cópia do comprovante de renda mensal;- Atestado de sanidade física e mental;- Atestado de idoneidade moral assinado por duas testemunhas, com firma reconhecida;- Atestado de antecedentes criminais.

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