terça-feira, 27 de julho de 2010


Curiosamente, apesar do conceito de fé existir nas escrituras desde os primeiros dias da raça humana, a palavra "fé", do hebraico "emuná", só é traduzida pela primeira vez nas escrituras, com este sentido, no livro de Habakuk conforme aparece abaixo:
Habakuk 2:4
"Eis aqui um soberbo, sua alma não é reta nele; e um justo (que) em sua fé viverá".
A palavra "emuná", com outros sentidos, como fidelidade, confiança, lealdade, etc, é utilizada anteriormente ao livro de Habakuk; contudo, para este estudo, nos interessa o conceito de fé, conforme o texto de Habakuk nos apresenta. Percebemos que a fé, como menção nas Sagradas Escrituras, é posterior à Torah (Lei), onde ela não ocorre com este sentido, porém anterior ao Novo Testamento, embora seja um conceito estabelecido muito antes de sua primeira ocorrência escritural. Hebel (corrompido como 'Abel') é o primeiro homem referido nas escrituras, em Hebreus, com referência ao exercício da fé. Isto é anterior a qualquer acontecimento terreno mencionado nas Sagradas Escrituras, após a queda do homem.É bom destacar que a palavra hebraica "emunáh" traz em si diversos significados, que de forma alguma estão separados da fé, quais sejam: veracidade, sinceridade, honradez, retidão, fidelidade, lealdade, seguridade, crédito, firmeza e verdade. Diante de todos estes significados, podemos compreender melhor as razões pelas quais o Criador YAOHUH (IÁORRU) nos diz que sem "emunáh" é impossível agrada-lO.

Vinde a mim, vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei. Tomai meu jugo sobre vós e recebei minha doutrina, porque eu sou manso e
humilde de coração e achareis o repouso para as vossas almas. Porque meu jugo é suave e meu peso é leve.

Entrega o teu caminho ao SENHOR; confia nele, e ele o fará.
Em nossa vida diária, reclamamos muito: da dificuldade em atingir nossos objetivos, de termos que "matar um leão por dia", que temos muito a fazer, que estamos sobrecarregados, que as coisas e as pessoas não são como deveriam e etc...
Não conseguimos brincar com nossos filhos, sermos atenciosos com nossa esposa ou marido ou pacientes com a velhinha a nossa frente porque estamos apressados para cumprir nossas metas e obrigações.
No final do dia, estamos esgotados e frustrados...
Porém, alguém olhando de fora, poderia dizer: Pudera, também quer fazer tudo sozinho ...
É assim que somos, eminentemente controladores. E como cansamos com isso...
Quem não conhece aquela sensação de esgotamento típica de quando já demos tudo de nós mesmos e a coisa não saiu como queríamos ?
Que sinal é esse ? O que tudo isso nos tem a dizer ? Talvez, que não estejamos vivendo da maneira correta....
Vejamos o que Jesus nos fala disso... Ele fala da importância da fé, da humildade, da aceitação e da entrega.
Mas será que Jesus diz para sermos passivos ? Claro que não. Ele não nos isenta da nossa responsabilidade, mas claramente diz que devemos trabalhar e fazer o que estiver a nosso alcance.
Isso é redimensionar-se perante DEUS: deixar de querer ser como Ele, para abrirmos e entregarmos nossos corações a Ele, confiando em seu ilimitado amor.
Deixamos de ser os arquitetos das nossas vidas, definindo metas e estabelecendo formas de alcançá-las como se fossem os únicos objetivos que interessam. E deixamos de tentar "entortar a vida" para que esses objetivos sejam alcançados.
Quando abrimos mão desse controle absurdo e que não temos competência para exercer, Deus encontra uma fresta para entrar em nossa vida, e a transforma radicalmente.
Já não somos mais o navegador, mas apenas o piloto que se coloca a serviço.
Somos instrumentos de Deus na vida de outras pessoas. Como o barro, nos moldamos na mão do oleiro, para que ele faça de nós o objeto útil que deseja.
Adão e Eva tentaram se igualar a Deus, e nessa tentativa perderam o Paraíso, porque quiseram ter acesso a algo exclusivo do criador e não acessível a condição de criaturas.
Hoje, nós continuamos a tentar ser os deuses de nossas próprias vidas, através do controle e da falta de aceitação de nossas frustrações. E com resultados frequentemente pífios !
Rezamos: Seja feita a vossa vontade assim na terra como no céu. Mas sabemos que não fazemos isso. Não entregamos, choramos e esperneamos como crianças imaturas.
Somos criaturas limitadas querendo fazer o papel do criador onipotente. Não admira ficarmos tão cansados e com tão poucos resultados.
Que Jesus, com seu exemplo de entrega máxima a vontade do Pai, consiga fazer chegar a nosso coração a mensagem de que somos instrumentos de Sua vontade, e não de nós mesmos.

Texto :Jorge Tannure Penedo

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